Aprendendo a ser

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Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.

16 de setembro de 2012

Ambivalência de uma natureza



Cortei as unhas
Não quero ferir a ninguém
Nem a mim
Ainda posso senti-las armadas
Mas não posso a ninguém deflagrá-las
Quando ameaçado
O felino expõe as garras
Mas logo esquece
Se por nobre motivo

Ainda lateja uma vontade, um instinto
Mas apascento, finjo que esqueço
Deito o pêlo
É que minha natureza sonolenta...
A minha natureza é dócil
Cede à mais sutil carícia

Podem chamar-me leviano
insensato
Mas todo gato só quer comida e afago

Peço pouco pra ser feliz
Mas de aconchego do meu amante
Não dispenso nenhum triz

Não me julgue de natureza fraca, caro amigo
Meus anseios são veementes, por vezes aterradores
Destroem meus encantos
E até promessas de bem sucedidos amores

Mas meu sono, minha paciência
Tem me salvo de maiores turbulências
Não sou fraco, mas também faço pinta de durão
Brinco, me divirto, destruo seu estofado,
Desfaço rolo de linha e deixo tudo enlinhado
Mas o fato é que todo mundo adora um belo gato

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