Aprendendo a ser

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Fá-lo-ei por eles e por outros que me confiaram as suas vidas, dizendo: toma, escreve, para que o vento não o apague.

14 de setembro de 2012

A precariedade do ser diante do Amor





Um texto que saiu agora pela precariedade e pequenez nossa diante dessa grandeza que é o amor. é abrupto, não revisado, mas taí.

Eu já conheço esse sentimento, tão tortuoso em seus caminhos que me quebra de novo quando estou quase me reconstituindo.

Não que haja grande novidade na dor, quando ja se sangrou por ela, quando ja se morreu nela, quando se ressurgiu pelo fim quase inesperado dela.

Acho massante depositar no papel branco, no papel limpo uma velha história,
de personagens que por tanto se perderem em outras viagens,
acabam se encontrando vez por outra
e como que fascinados um pelo outro (novamente) que sempre foram,
como se a vista desse pela primeira vez com incrível aparição, com imagem de beleza e, estonteados de novo, se enamorassem, mas já velhos se olham reconhecidos que são e nunca vão até o fim.

Uma dor repetida,
coisa que um papel em branco merecia uma novidade bonita,
nem que seja na dor,
uma pontadinha mais forte que fosse pra sangrar de vez,
pra fazer alguma coisa acontecer.

Se eu fosse ao menos cronista poderia contentar-me por falar de uma dor que caminha comigo pela dificuldade de expressão, pela falta de assunto, essas trivialidades com que um cronista tão bem se satisfaz, mas há um derramamento em mim que não se completa, há tristeza em um caminho de águas onde se inicia um fluxo que cessa ao sinal da primeira correnteza e toda noite a mesma dor, a da incerteza, a do amor que não é posto à mesa com direito a talher bom, a sorrisos e sobremesas, mas a conta-gota e como isso é cansativo, minha dor.

É tortura chinesa!

É prato frio que se queria quente e que até conserva sabor, certa beleza, na forma como se apresenta, na sua essência, é porque o que tem gosto bom não se perde à toa, nem mesmo pela frieza e esquecimento, mas prato frio é coisa, senhor, de quem já quase que ía embora porque apareceu coisa melhor, mais urgente. Tinha pressa e ali ficou, pro lixo esquecido, pro gato da vizinha mastigar essa dor.

É o quase sobressalto.

É a espera e seu amigo cansaço.

É eu vivendo uma história que ja conheço o final de cor e salteado.

É você me pegar de assalto e no horror do susto me prometer amor!

Não havia outros agrados, ou especiarias da suas Índias tão prometidas! Eram terras que eu nunca soube acompanhar os ventos, que me ludibriavam pelo cansaço de miragens. E eu que de ti estava faminto, acreditava.

Eram águas de tormentas, águas turvas que nem as longas ausências apascentam,

Que apesar de vultosas e bonitas, nunca me trouxeram lá grandes contentamentos (não por muito tempo).

À longo prazo, como de validade tivessem, logo venciam.

Eram aves emplumadas que, na pele, escalpeladas me dóiam, mesmo sendo véspera da tua chegada.

Estava ali o passado e o porvir. E o que eu diria num confronto tão sincero?

Nem houvera grandes feitos na nossa sempre breve existência, então eu concluia quase que certo, era tão pobre nosso amor, dedução óbvia, de tão doída, tornara-se como que indolor, já que nunca houvera tempo para grande idílio, por que insistir?

Ou se havia circunstâncias maiores, fatos que eu desconhecia, se era grande o amor que tu me prometias, porque nunca saira daquele estado?

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